quarta-feira, novembro 30, 2005

Consumismo


E já estamos no Natal outra vez, e com ele o consumismo desenfreado. Eu não sou grande admiradora do Natal, antes pelo contrário nesta época sinto me sempre mais em baixo, lembro me dos meus avós que ja partiram e dos Natais que passava com eles quando era miúda. Hoje em dia já os passo melhor por ver a cara de alegria e de espanto da pipoka sempre que vê o pai Natal chegar carregado de prendas para ela.
De qualquer forma já comecei as compras de Natal, é impossível fugir delas :S
Mas viva a Fnac que ao fim de 1:30h e mais pobre uns quantos euros me ajudo a comprar grande parte das prendas.

quarta-feira, novembro 23, 2005

Só sei que nada sei

Num filme actualmente em cartaz diz a rapariga ao rapaz que "as pessoas são sempre menos misteriosas do que aquilo que julgam". Ok, tudo bem, há malta que se têm em demasiada boa conta, que se esforça demais para usufruir desse tipo que magnetismo, há até malta que é como que translúcida pois que não consegue esconder emoções mesmo que os seus actos as tentem disfarçar.
Ora eu penso que o contrário desta afirmação também será verdade: as pessoas são também muitas vezes mais misteriosas do que julgam. Mesmo que isso se deva unicamente aos nossos olhos. Acontece numa primeira fase da paixão, acontece quando as pessoas levam vidas que admiramos, acontece quando a timidez, a incapacidade ou a falta de vontade em socializar parecem colocar essas pessoas ora num mundo à parte, ora num pedestal, acontece quando estamos a falar com alguém que não nos liga porque está simplesmente a pensar noutra coisa. Acontece quando achamos que certa pessoa tem um olhar misterioso (ler profundo, enigmático, perdido no espaço, semicerrado) mesmo que seja sintoma de uma ligeira falta de vista.
Gosto de conhecer alguém ao ponto de saber com o que posso contar. Isso é bem verdade. Assim tipo uma margem de 90 por cento de erro, topam? mas é um prazer imenso aprender coisas novas sobre caras e corações antigos, pequenos detalhes e historietas, reencontrar naquela pessoa uma fonte inesperada de curiosidade e deleite. Mas atenção coisinhas pequenas, spicy, se tiver que ser um esqueleto ou outro que sai do armário mas nada que altere definitivamente a nossa relação.
Conhecer o outro de forma absoluta deve ser uma seca... um perigo até para rotina na dinâmica de uma relação, mesmo que de amizade. Eu nem a mim me quero conhecer absolutamente mas sim ir-me descobrindo. E mesmo para quem os amigos que pensam que lhes conto tudo o que me acontece, que já me conhecem há x anos e têm de facto intimidade comigo, há sempre novos detalhes com os quais os consigo surpreende-los. Acreditem. Palavra de escuteiro.

terça-feira, novembro 22, 2005

magia!

tenho um passarinho azul poisado no parapeito da janela... estava farta de espantalhos

quinta-feira, novembro 17, 2005

A minha pessoa favorita

Faz-me sorrir; faz-me chorar; faz-me sentir viva; faz-me sonhar e ter insónias; faz-me vibrar; faz-me babar; faz-me arranhar as paredes; faz-me ter vontade de escrever; faz-me sentir menina; faz-me sentir sexy; faz-me correr por gosto; faz-me apetecer dançar agarradinha; faz-me tomar banhos de imersão longos, escaldantes e perfumados; faz-me uma pessoa mais bonita...

terça-feira, novembro 15, 2005

C.S.I. - Coisas Sem Importância

... neste país...
- o resultado das próximas eleições presidenciais
- a quantidade de crianças orfãs e carenciadas que aguardam o ok para a adopção, bem como os pais virtuais desejosos de as abraçar nas suas vidas
- o descontentamento dos estudantes, funcionários públicos, forças militares, agricultores, táxistas, professores, médicos, you name it
- o sistema de compadrio e cunha nas empresas, quanto maiores, piores
- a imensidão de gajos giros que namoram gajas pimbas (só para aligeirar o post)
- o comportamento violento na claques desportivas
- a fuga de cérebros e gente empreendedora para o estrangeiro
- o despesismo
- a incapicidade para fazer frente à vaga de incêndios em cada verão
- os processos que prescrevem por inacção de quem de direito
- os pedófilos que vivem no bem-bom dos seus lares

etc, etc, etc
é não é um país maravilhoso? não fosse as belas praias, a rica gastronomia e as alegrias da selecção cortava já os pulsos! agora só percebi porque é que a série CSI tem tanto sucesso: não devo ter sido a primeira a encontrar uma nova explicação para a sigla

Elizabethtown

Só tenho duas palavras sobre este filme: Orlando Bloom.

Ok, tenho mais: Orlando Bloom, baba, o impecável gosto musical do Cameron Crowe, a referência à morte do Jeff Buckley e a crescente semelhança do Orlando Bloom com o Jeff Buckley- Jeff esse que, confirmei ontem, graças aos dvds do Lu (gracias, chico ;)), que foi de facto o homem mais talentoso e LINDO que alguma vez viveu, e a prova viva (ups, viva nao) de que a maior beleza reside nos mais insólitos detalhes -no caso dele como as sobrancelhas unidas ou os dentes a vampiro.. Mas que a maior beleza está no conjunto destes detalhes unicos, algo que eu adoro observar nas pessoas, é verdade.

Mas divago. Nao costumo falar de filmes, e o Elizabethtown pouco mais tem do que isto- ate se dispersa um pouco e estava à espera de melhor. Mas refiro-o porque, num blog onde todas as redactoras estão desempregadas, e calculo que mais de 50% dos leitores também, de facto o filme tem uma mensagem porreira - qualquer coisa como agarrar o touro (a vida) pelos cornos, aproveita-la pelo que ela é e pelo que nos traz, encarar as surpresas como desafios, lutar, bla bla bla. Claro que o «rush» da mensagem durou-me para ai uns cinco minutos mas ainda ssim recomenda-se. O rush do Orlando Bloom durou-me um bocadinho mais.
Para os meninos do A Vida: a Kirsten Dunst continua com o habito de não usar soutien por debaixo das blusas, por isso também pode ser uma escolha interessante ;)

segunda-feira, novembro 14, 2005

Dúvida

Quando não nos lembramos onde deixámos o nosso carro estacionado, nos esquecemos de dar recados importantes, quando andamos tão distraidos que até entalamos o dedo na porta, e parece que a nossa cabeça está noutro lugar, será que estamos a ficar senis ou simplesmente andamos com a cabeça na lua?

quinta-feira, novembro 10, 2005

New York! New York!




Tanta coisa há para dizer sobre esta cidade maravilhosa, as ruas, os bairros, as pessoas, o ambiente, os clubes, os restaurantes, o central park, os museus, os prédios, a realidade virtual...
Nem sei por onde começar e como uma imagem vale mais que mil palavras aqui ficam algumas.

quarta-feira, novembro 09, 2005

'Tás a ver a vida como ela é?

Às vezes tenho a sensação que se vejo mais uma comédia romântica, tenho um espasmo como a miuda do Exorcista, saltam-me os olhos das órbitas (ou será ao contrário, estou confusa?) e simplesmente explodo, desfaço-me em água como a Amélie
é que na vida real a cena de boy meets girl nunca, mas nunca, é simples como nos filmes
o rapaz mais cool do liceu nunca se perde de amores pelo patinho feio da vizinhança, os sogros do pior nunca aceitam a humilde rapariga que ama o seu rebento querido, o tipo ricaço nunca abdica da sua herança para viver o amor e uma cabana com uma empregada de balcão, o gajo sufocado num relacionamento pseudo-sério há largos anos nunca dá o grito de ipiranga e aposta na felicidade ao lado de uma mulher que realmente o faz vibrar
nunca é assim, e portanto nestes casos, a ficção não imita a realidade, antes deprimindo ou provocando gargalhadas histéricas (tipo, os argumentistas só podem estar a brincar, right?) em quem vive outros cenários amorosos
além disso as personagens são sempre perfeitas, magras, estilosas, sem borbulhas e barrigas inchadas naquela altura do mês (isto para as mulheres) ou pêlos a mais (isto para os homens). Até mesmo os citados patinhos feios são da melhor estirpe: nunca repararam que basta-lhes soltar o cabelo, largar os óculos e fazer as baínhas às saias para que fiquem verdadeiras sex bomb?
por tudo isto ver uma comédia romântica é desesperante, pois sabemos que a) uma história de amor nunca se resolve em hora e meia, b) mesmo que o caso narrado seja inspirador essa sensação só demora uns minutos pois basta-nos sair à rua ou até mesmo verificar as sms no telemóvel para constatar que nos mentiram à grande
caraças, quero já o meu bilhete de volta!!! sempre me dá jeito o dinheiro para comprar mais clinex

segunda-feira, novembro 07, 2005

Nova Iorque, os 30 anos, e o Sexo na verdadeira Cidade

A passada semana foi tão repleta de emoções que nem sei bem por onde começar.
Para todos os que lêem este blog, e sobretudo para os meus ex-colegas e para os amigos do a vida é uma festa- ambos os quais têm demonstrado um agradável interesse em saber se gostamos da nossa viagem e conhecer os seus detalhes- era merecida uma descrição de impressões digna de uma obra poética e mistica, mas receio que o jet lag e os neurónios queimados na festa dos meus trinta anos nao o vão permitir.
No meio de tanta informação, sensação, experiência, vivência, tentarei por isso apenas destacar algumas das mais fortes impressões da nossa tão aguardada viagem.
Pelo menos para mim, Nova Iorque foi tudo que eu esperava e muito mais.
A cidade em si é fascinante, magnifica, imponente, e consegue tudo isto sem ser «demasiado» nada. Nao é demasiado claustrofobica ou perigosa. Nao é demasiado mexida, nao é demasiado animada. Nao é verdade que nao se veja o céu nem as estrelas, fartei-me de ver estrelas.
É, sim, verdade que estar no cimo do Empire State Buliding ou da Ponte de Brooklin é como estar no topo do mundo. Que andar de metro é um desperdicio, e calcorrear as ruas de Manhatan a pé é uma experiencia inesquecivel- repleta encontros com cantores de ruas, pessoas de todas as cores e nacionalidades, formatos e feitios.
É verdade que os americanos tanto têm de bom como de mau, e que conhecemos das pessoas mais simpaticas e antipaticas de sempre.
É verdade que cada empregado de mesa é um actor da Brodway frustrado, só que uns lidam com isso melhor do que outros. É verdade que noventa por cento dos homens sao gay (e podres de bons, infelizmente).
É verdade que as mulheres se produzem bue, desde os 16 anos. Que a cidade tem alta andamento sexual (lembram-se do episódio da limousine, meninas?) e que muito do que se diz na série que inspirou este blog... é verdade.
É verdade que naqueles diners com os sofas corridos se comem os melhores hamburgueres do mundo, e se pode beber cafe até explodir, pelo preço de apenas um. É verdade que se faz altas compras em Nova Iorque. Que as casas têm todas uns degraus antes da porta que nao se sabe bem para que servem, a nao ser para o beijo final apos os encontros, mas que dao alta pinta à arquitectura. É verdade que Nova Iorque não era nada sem os afro americanos, que sao a gente que dá mais feeling e soul à cidade.

Creio que a experiência mudou um bocadinho de todos os que la foram, pelo menos a mim mudou. Sei que vou la voltar e que quando surgir a oportunidade de acompanhar uma grande amiga que vai la morar por uns tempos, o farei tambem.
Com tudo isto, voltei para Lx para fazer 30 anos com uma directa em cima, mas nem pensei nas rugas, na velhice, na falta de emprego, no tempo a passar. Pensei que apesar de tudo adoro a minha vida, a minha idade, e que nao gostaria de ter tido esta experiência com outra idade- nem com outras pessoas.

A casa

No seu último álbum de originais, os Da weasel têm uma canção, linda, linda, em parceria com o manelito cruz (carrie, esta é para ti!) chamada A Casa. O poema fala da sensação de conforto no corpo, no convívio, de uma mulher (que já passou à história por sinal).
Lembrei-me disso para aqui falar das coisas que me fazem sentir "em casa", sendo esse sentimento sinónimo de uma paz imensa: Cabo Verde, o bairro alto, o colo da minha mãe, os braços das minhas amigas, a escrita (a minha e de alguns outros como o javier marias ou o leonard cohen), o sorriso de uma criança próxima, as canções de Pixies, a zambujeira do mar, o meu sofá em dias de chuva... sem nenhuma ordem especifíca