Hoje passei por um gajo num smart, daqueles primeiros que sairam, mesmo pequeno, pequenino. Neste smart que nem parte de trás tem, e que por isso tinha o banco do passageiro recostado a fim de ganhar uns centímetros de espaço, vinha, em cima desse mesmo banco recostado e por isso em desiquilíbrio, uma cadeira de bébé com um bebé pequeno, virada para trás como manda a lei (vá lá, lembrou-se dessa).
Ao lado/cima do bébé, um labrador enorme, amarfanhado como podia no pouco espaço que sobrava. Ora o condutor, um rapaz novo, conseguia a proeza de guiar só com uma mão, ainda por cima a cem à hora em trânsito, e com a outra fazer bilu bilu ao bébé, para o qual olhava de dois em dois segundos desviando o olhar da estrada, e ainda afastar com a mesma mão a caratonha do cão que estava constantemente em cima da criança, talvez para evitar um afoganço por baba canina, ou algo pior.
Ora se eu fosse socióloga diria que este é um típico caso de pseudo-desenrascadice masculina. É que os homens têm sempre a mania que são mais espertos do que nós, e que têm melhores ideias do que nós. Mas não, meus queridos. Nós temos as mesma ideias que vocês, ignoramo-las é quando metem a vida de dois seres humanos e um ser canino em perigo! Se o gajo fosse meu namorado eu dizia-lhe das boas. Ia ele, ia o smart e ia o cão à vida. E só ficava o bébé porque provavelmente era meu.