"Constituído arguido"

Parece coisa fina. Já para aí metade de Portugal deve ter sido "constituído arguido". Parece coisa de Hollywood, quando nos trailers dos filmes dizem que X actor foi Y vezes nomeado para o óscar da academia. Por cá parece ser sinal de impunidade, de estrelato. Foi assim que conhecemos (melhor) gente como o Padre Frederico, o Pedro Caldeira, a Fatinha Felgueiras, os engravatados do Bragaparques, os monstros da Casa Pia, os corruptos morcões do Apito Dourado, etc, etc, etc. Parece que quem nunca foi "constituído arguido" nunca chegou a ser ninguém na vida. Ou isso ou aparecer nas primeiras cinco páginas compradas da revista Caras. Por estes dias Portugal acompanha atento "o caso Esmeralda". Andava a TVI a matar a cabeça à procura de um novo título e enredo para uma novela que estivesse ao nível da degradação emocional de sucessos anteriores como Olhos de Água ou Jóia de África. Para este argumento de faca e alguidar, baseado num caso verídico atenção, já existe slogan e tudo. Ouvi-o da boca de gente idónea como a Dra. Maria Barroso e a escritora Inês Pedrosa: "Preso por amor a uma menina". Palavras para quê? É uma ficção/realidade em português.