quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Uma questão de tempo

Já repararam que nunca temos tempo para fazer tudo aquilo que pensamos fazer, tudo aquilo que desejaríamos fazer?
mesmo que administremos muito bem as 24 horas de cada dia
mesmo quando estamos de férias ou de folgas e vivemos a ilusão de termos todo o tempo do mundo

nunca temos tempo para ligar a todos os amigos mais ou menos distantes
nunca conseguimos arranjar espaço na nossa agenda para ver todos os filmes e todos os concertos que gostariamos
raramente dormimos as horas de sono que precisamos
e até em termos de trabalho, é muitas vezes complicado realizarmos os "nossos" projectos, aqueles que consideramos verdadeiramente estimulantes
quase nunca ficamos na praia as horas que desejamos, fazemos amor as vezes que queremos, lemos os livros que até já comprámos ou dedicamos meia dúzia de horas exclusivamente a nós próprios

resumindo: raramente cumprimos aquilo que nos propomos fazer

é certo que muitas vezes vivemos o improviso e o inesperado, e nessas alturas a nossa vida ganha um sal diferente
se calhar, o truque é esse... não fazer planos, não projectar, apenas receber o que a vida e o tempo que ela dura nos dá

como um surfista, simplesmente seguir a onda...

13 comentários:

Anónimo disse...

Os planos e o tempo... o stress das listas “to do”, a gestão mirabolante de todos os afazeres: o trabalho, a limpeza da casa, as compras de supermercado, as máquinas de roupa, o cinema, os livros, os amigos, as amigas, o mecânico, as reuniões de condomínio, as reuniões de curso, as aulas de Chi Kung... Ah, e não esquecer de ir respirando pelo meio!

Não há tempo para tudo. Aliás, estou certa que a vida toda não dará tempo para tudo.
Isso é fácil de aceitar, mas e quais são as prioridades?

O problema é olharmos para os planos como algo estático, quando deveríamos ajustá-los com constantes revisões. Sobretudo, se aparece algo ou alguém mais interessante para “fazer”. Tendemos a esquecer-nos que o improviso e o instinto devem também estar contemplados no “grande plano”.

Porque seguir as regras (mesmo que sejam as nossas) pode ser muito muito aborrecido.

Anónimo disse...

AINDA O TEMPO...

Como tudo o que é limitado, a gestão de tempo obriga-nos a fazer escolhas. E a maior parte das vezes optamos pelo prazer imediato, normalmente materializado numa pesada preguiça. E quando falo de preguiça não me refiro a ficar no sofá a ler um livro ou a ver um filme. Isso para mim é, normalmente, tempo ganho (claro que depende substancialmente da qualidade das obras).

Refiro-me ao cómodo que é gerir relações com base num e-mail esporádico, num telefonema rápido cada mês, ou um postal de Natal cada ano. O tempo que dedicamos aos outros é uma medida do nosso afecto (da forma imensamente abstracta em que se pode medir sentimentos), tal como o tempo que dedicamos a nós próprios. Curiosamente, na maioria das vezes, um coincide com o outro.

Por isso escolhi 2005 como o ano dos cafés adiados. Para dar benefícios da dúvida, para retomar fios interrompidos mas, sobretudo, para dar uma nova oportunidade aos afectos suspensos.

Charlotte disse...

O tempo é relativo...logo a falta dele também :)

Quando tiverem filhos conversamos ;)

Cylon disse...

Shi, o tempo ou falta dele... Ainda hoje pensava nisso
Para já alguém ha-de me explicar porque é que quanto mais dormimos mais sono temos- dormir é um vício horrivel, do tipo quanto mais tens mais queres e acredito profundamente que o corpo se vicia nisso como outra coisa qualquer, ou não fosse conhecer tão boa gente que acorda as sete da manhã e anda bem mais alerta e bem disposta do que que eu, do alto do meu luxo do acordar as 11
E sim, yours trully ja experimentou ginsenc, ja ouvi dizer que dá uma pica monstra, aos homens até demais se é que me percebem, mas a yours trully não fez nenhum
Dito isto, o tempo ou a gestão dele... As coisas para fazer, das mais pequenas às maiores... a moinha constante na nossa mente (a mim, estranhamente, as vezes parece que se aloja no coração, ou no peito), da lista de coisas obrigatórias a fazer naquele dia, pessoas a telefonar, assuntos a resolver.. o chegar ao fim do dia e já ficar contente se esses obrigatórios forem cumpridos, mas desanimar na certeza de que já não há forças para ir a um cinema, fazer uma máquina de roupa, limpar a casa...
as calças que andam há um mes no porta baganes para serem subidas- e a loja que as sobe é a 2 minutos do trabalho- o carro que anda há uns 3 meses para ser limpo, os papeis do IRS, recibos da segurança social que implicam retorno certo de muito dinheiro- e deus sabe que preciso do dinheiro- e ainda assim há quatro!!!! meses que estou para os entregar
Ter tempo para dar mimos, para receber mimos, para escrever cartas, para ler cartas, para arrumar coisas, para dessarumar coisas. Ter tempo para pensar sequer- e ainda se perguntam as pessoas de onde vêm as insónias- de só à noite se ter tempo para pensar
Pensando bem, acho que já respondi à pergunta inicial, de porque andava tão cansada mm dormindo muitas horas
Se calhar porque passo a noite a pensar, acto simples para o qual muitas vezes não tenho tempo durante o dia
Menos um misterio. Ainda bem que tive tempo para isto.

Samantha disse...

quando escrevi este post já nem estava a falar dos actos obrigatórios e que nos são impostos mas sim das cenas que nos dão prazer

não concordo com a cena de o tempo que dedicamos a uma pessoa é proporcional ao nosso afecto por ela... tenho o exemplo de pessoas tão próximas, amigos e família, a quem gostaria de dedicar mais tempo
pior! passo tanto tempo rodeada de gente estúpida!!!
Help!

Cylon disse...

LOL mr big, o pragmático mor ;)
O verdadeiro guru :)

Cylon disse...

Mas oh meu querido mr big a verdade é que há coisas para fazer num dia! por exemplo dao-te varias tarefas no trabalho e mentalmente regista-las, elimina-las à medida que as vais fazendo e no caminho crias algum stress nao?
E no plano do lazer tb tens com certeza uma lista mental, ou pelo menos uma noção, do que querias fazer, sítios onde querias ir, filmes para ver, amigos para contactar, livros para ler, cafes para marcar, musica para ouvir, tempos de ronha para ter nao???
Ou os homens sao assim tao diferentes da mulher se sim desculpa la mas acaba-se a festa e marco já uma mudança de sexo caguei!

Samantha disse...

carrie: entendo o teu dilema... mas davas um homem demasiado lindo ;)
fica é sogadinha

Charlotte disse...

lololol...carrie...tb não deseperes não é motivo para tanto..além disso ser mulher tem muito mais vantagens do que ser homem :)

Mafalda Martins disse...

Gostava de ter mais tempo para acabar tudo o que preciso no emprego,
Mais tempo para arrumar a minha casa, para ir às compras, para fazer a cama (que nunca faço!!)para tomar o pequeno almoço como deve ser,
De finalmente pôr o rolo do fim de ano a revelar...
Gostava de ter mais tempo para mim... para a tal limpeza de pele... para me mimar (mais!!) ... :)
Gostava de ter mais tempo para a família...

Mas o tempo não depende de nós,e as coisas muitas vezes atropelam-nos e acontecem sem que façamos nada por isso, e aquele telefonema que tinhamos para fazer fica para depois, e o depois acaba por não acontecer porque entretanto já nos esquecemos e temos algum sitio para ir...

A moral disto é transformarmos as horas em tempo útil, tempo em que nos damos ao luxo para VIVER, para AMAR, para RIR com os amigos, para ESTAR com a família, para ORGANIZAR as 1000 fotografias que tenho em caixas! (lol)
TEMPO para SER FELIZ o mais TEMPO possível...

Gostava de ter mais tempo para escrever aqui...

Anónimo disse...

Eu não disse que o tempo é proporcional ao afecto que temos pelos outros. Apenas que é uma medida (das poucas que se podem usar neste caso, se é que faz sentido usar alguma).

O plano físico (3D) é distinto do tempo (a 4ª dimensão). A sua complementaridade faz com que seja importante uni-los (pelo menos de vez em quando), mas é sobretudo o plano mental que é relevante aqui.

Pensarmos nos outros é uma forma de os amarmos: o tempo que "gastamos" a escolher uma prenda para oferecer, a recordar coisas que vivemos, a projectar coisas que queremos partilhar.

E quantas vezes não temos sequer tempo para pensar?

Samantha disse...

Mr. Big:
não acredito que às vezes não sintas que te falta tempo para fazer certas coisas... tipo surfar, beber ainda mais copos, ir ao cinema, estar com a nokas, viajar, dormir, ver o benfas!!!
hmm?

Samantha disse...

Por acaso ontem fui ver o benfas ao estádio e, apesar da prestação lastimável, não foi perda de tempo... o camarote era muito fixe e o jantar estava muito bom
sim, roam-se de inveja!!!
né carrie?
:)