E ali estava eu, sozinha, a primeira "convidada" a chegar a um almoço dedicado a um ser humano pequenino que adoro e aos seus amiguinhos, uma festa no Zoo, num domingo solarengo.
Ali estava eu digerindo a extensão do meu pequeno-almoço - um café e um cigarro - sugada pelo barulho das crianças dos outros.
A vida está má porque cara mas a malta continua a procriar.
Em toda a parte corriam, berravam e sorriam crianças de todas as idades, daqueles que são como bonequinhos carecas suspensos de uma chupeta quase maior que as suas carinhas aos outros mais empertigados, que pensam já ter opinião sobre tudo (o que vão comer, o que vão vestir, a quem dão beijinhos, etc)
Ali estava eu a sentir-me minorquinha perante a tarefa de gigante que deve ser criar uma criança 24 horas por dia, todos os dias da semana, sem folgas ou feriados
ali estava eu deliciada e meio em pânico com a responsabilidade que é educarmos uma parcela do futuro da humanidade
para onde quem me virasse vi seres humanos pequeninos que com correrias e birras nos atropelam e apagam a nossa individualidade
aquele era o universo deles, tão próprio e tão efémero
daqui a uns anos estão como nós, pouco espontâneos, a pensar nas coisas sérias desta vida
como eu que 10 minutos depois de brincar ao disco com a criançada amiga já estava a trabalhar
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